7 Motivos Para Não Emprestar Dinheiro Para um Banco

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Você já pensou em emprestar dinheiro para um banco?

Talvez você tenha algum dinheiro sobrando e ache que pode ganhar um bom rendimento investindo em um fundo de renda fixa ou em uma poupança.

Ou talvez você esteja precisando de dinheiro e ache que pode pegar um empréstimo com juros baixos e parcelas suaves.

Mas será que vale a pena emprestar dinheiro para um banco?

Neste artigo, vamos mostrar 7 motivos para não emprestar dinheiro para um banco e quais são as melhores opções para fazer o seu dinheiro render mais ou para conseguir crédito sem se endividar.

Acompanhe!

Como funciona o sistema bancário

Como funciona o sistema bancário
Como funciona o sistema bancário

Antes de entrarmos nos motivos para não emprestar dinheiro para um banco, é importante entender como funciona o sistema bancário.

Os bancos são instituições financeiras que captam recursos de seus clientes (poupadores) e emprestam esses recursos para outros clientes (tomadores).

Os bancos ganham dinheiro cobrando juros maiores dos tomadores do que pagam aos poupadores.

Os bancos também podem criar dinheiro através do chamado multiplicador bancário.

Isso significa que eles podem emprestar mais dinheiro do que têm em caixa, desde que mantenham uma reserva mínima exigida pelo Banco Central.

Por exemplo, se a reserva exigida for de 10%, isso significa que para cada R$ 100 que o banco recebe de depósito, ele pode emprestar R$ 90 e manter R$ 10 em caixa.

Esse processo se repete a cada novo depósito e empréstimo, gerando uma expansão da oferta de moeda na economia.

Por que não emprestar dinheiro para um banco

Por que não emprestar dinheiro para um banco
Por que não emprestar dinheiro para um banco

Agora que você já sabe como os bancos funcionam, vamos ver por que não é uma boa ideia emprestar dinheiro para eles. Veja os principais motivos:

1. Você perde poder de compra

Quando você empresta dinheiro para um banco, seja investindo em um fundo de renda fixa ou em uma poupança, você está sujeito à inflação.

A inflação é o aumento generalizado dos preços dos bens e serviços na economia.

Isso significa que o seu dinheiro perde valor ao longo do tempo, pois compra menos coisas do que comprava antes.

Para que o seu investimento seja rentável, ele precisa render mais do que a inflação. Caso contrário, você estará perdendo poder de compra.

Por exemplo, se a inflação for de 5% ao ano e o seu investimento render 4% ao ano, isso significa que o seu dinheiro terá uma rentabilidade real negativa de -1% ao ano.

Infelizmente, a maioria dos investimentos oferecidos pelos bancos tem uma rentabilidade muito baixa, principalmente depois da queda da taxa básica de juros (Selic) nos últimos anos.

A poupança, por exemplo, rende apenas 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR), que está zerada desde 2017.

Isso significa que hoje a poupança rende cerca de 2% ao ano, bem abaixo da inflação esperada para 2023, que é de 4% ao ano.

2. Você paga impostos e taxas

Outro motivo para não emprestar dinheiro para um banco é que você terá que pagar impostos e taxas sobre os seus rendimentos.

O Imposto de Renda (IR) incide sobre os ganhos de capital dos investimentos de renda fixa, variando de 22,5% a 15%, dependendo do prazo do investimento.

Além disso, alguns fundos cobram uma taxa de administração sobre o valor investido, que pode variar de 0,5% a 3% ao ano.

Esses custos reduzem ainda mais a sua rentabilidade líquida, ou seja, o quanto você efetivamente ganha com o seu investimento.

Por exemplo, se você investir R$ 10 mil em um fundo de renda fixa que rende 5% ao ano, mas cobra 1% de taxa de administração e 15% de IR.

Você terá um rendimento líquido de apenas 3,25% ao ano, ou seja, R$ 325. Se você descontar a inflação de 4% ao ano, você terá uma rentabilidade real negativa de -0,75% ao ano, ou seja, uma perda de R$ 75.

3. Você corre riscos

Emprestar dinheiro para um banco também envolve riscos. O principal deles é o risco de crédito, que é a possibilidade de o banco não honrar os seus compromissos e não pagar os seus investidores.

Isso pode acontecer em casos de falência, intervenção ou liquidação do banco.

Para evitar esse risco, existe o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que é uma entidade privada que protege os investidores em caso de problemas com os bancos.

O FGC garante até R$ 250 mil por CPF e por instituição financeira, limitado a R$ 1 milhão por CPF no total.

Isso significa que se você tiver mais do que esse valor investido em um banco ou em vários bancos, você poderá perder o excedente em caso de falência.

Outro risco é o risco de mercado, que é a possibilidade de o valor do seu investimento variar de acordo com as condições do mercado financeiro.

Isso pode acontecer com investimentos prefixados ou atrelados à inflação, que sofrem oscilações de preço conforme as expectativas sobre a taxa de juros futura.

Se você precisar resgatar o seu investimento antes do vencimento, você poderá ter prejuízo se o preço estiver abaixo do valor investido.

4. Você financia atividades nocivas

Emprestar dinheiro para um banco também pode ter um impacto negativo na sociedade e no meio ambiente.

Isso porque os bancos usam o seu dinheiro para financiar atividades que podem ser nocivas, como a exploração de combustíveis fósseis, o desmatamento, a violação dos direitos humanos, a corrupção, a lavagem de dinheiro, entre outras.

Um estudo da organização não governamental BankTrack revelou que os maiores bancos do mundo financiaram US$ 3,8 trilhões para os setores mais poluentes entre 2016 e 2020.

Outro estudo da Transparência Internacional mostrou que os bancos brasileiros estão entre os menos transparentes do mundo em relação às suas políticas anticorrupção e à sua atuação social e ambiental.

Ao emprestar dinheiro para um banco, você está indiretamente apoiando essas práticas e contribuindo para agravar os problemas globais como as mudanças climáticas, a desigualdade social, a violação dos direitos humanos, entre outros.

5. Você perde oportunidades

Emprestar dinheiro para um banco também significa perder oportunidades de investir em outras alternativas mais rentáveis e sustentáveis.

Existem diversas opções de investimento no mercado financeiro que podem oferecer uma rentabilidade maior do que os produtos bancários, além de terem um impacto positivo na sociedade e no meio ambiente.

Algumas dessas opções são:

Renda variável: são investimentos que têm o seu valor determinado pela oferta e demanda do mercado, como as ações, os fundos imobiliários, os fundos de índice (ETFs), entre outros.

Esses investimentos podem oferecer uma rentabilidade superior à renda fixa no longo prazo, mas também envolvem mais riscos e volatilidade no curto prazo.

Além disso, eles podem ser uma forma de apoiar empresas que tenham boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).

Renda fixa privada: são investimentos que têm o seu valor determinado por um contrato entre o emissor e o investidor, como os títulos privados (CDBs, LCIs, LCAs, debêntures, etc.), os fundos de renda fixa privada, entre outros.

Esses investimentos podem oferecer uma rentabilidade maior do que os produtos bancários tradicionais, mas também envolvem mais riscos de crédito e de mercado.

Além disso, eles podem ser uma forma de financiar projetos que tenham um propósito social ou ambiental.

Renda fixa pública: são investimentos que têm o seu valor determinado por um contrato entre o emissor e o investidor, como os títulos públicos (Tesouro Direto, Tesouro Selic, Tesouro Prefixado, Tesouro IPCA+, etc.), os fundos de renda fixa pública, entre outros.

Esses investimentos podem oferecer uma rentabilidade maior do que a poupança, mas também envolvem riscos de mercado.

Além disso, eles podem ser uma forma de financiar o desenvolvimento do país e de contribuir para a redução da dívida pública.

6. Você se endivida

Emprestar dinheiro para um banco também pode significar se endividar. Isso acontece quando você pega um empréstimo ou um financiamento com o banco, seja para comprar um bem, pagar uma dívida, realizar um sonho, entre outros motivos.

Nesse caso, você está pagando juros para o banco, e não recebendo.

Os juros cobrados pelos bancos no Brasil são muito altos, principalmente no crédito ao consumidor.

Segundo o Banco Central, a taxa média de juros do crédito pessoal não consignado foi de 87% ao ano em fevereiro de 2023.

Já a taxa média do cheque especial foi de 119% ao ano. Isso significa que se você pegar R$ 1 mil emprestados no crédito pessoal e pagar em 12 meses, você terá que devolver R$ 1.870.

Se for no cheque especial, você terá que devolver R$ 2.190.

Esses juros podem comprometer o seu orçamento e dificultar o seu planejamento financeiro.

Além disso, eles podem gerar um efeito bola de neve, fazendo com que você precise pegar mais empréstimos para pagar os anteriores, aumentando ainda mais a sua dívida.

7. Você perde autonomia

Emprestar dinheiro para um banco também pode fazer com que você perca autonomia sobre as suas finanças.

Isso porque os bancos podem impor condições e exigências para liberar o crédito ou o investimento que você deseja.

Por exemplo, eles podem exigir que você abra uma conta corrente, contrate um pacote de serviços, faça um seguro, adquira um cartão de crédito, entre outros produtos que podem não ser do seu interesse.

Além disso, os bancos podem cobrar tarifas e taxas abusivas pelos serviços prestados, como a taxa de manutenção da conta, a taxa de transferência (TED ou DOC), a taxa de saque, a anuidade do cartão, entre outras.

Esses custos podem corroer o seu patrimônio e reduzir a sua rentabilidade.

Quais são as alternativas para não emprestar dinheiro para um banco

Quais são as alternativas para não emprestar dinheiro para um banco
Quais são as alternativas para não emprestar dinheiro para um banco

Diante de todos esses motivos para não emprestar dinheiro para um banco, você deve estar se perguntando: quais são as alternativas?

Felizmente, existem diversas opções no mercado financeiro que podem ser mais vantajosas para o seu bolso e para o mundo.

Veja algumas delas:

Plataformas digitais: são empresas que oferecem serviços financeiros pela internet ou por aplicativos, sem a necessidade de uma agência física ou de uma conta bancária.

Elas costumam ter custos menores e mais transparência do que os bancos tradicionais.

Algumas das plataformas digitais mais conhecidas são: Nubank (cartão de crédito e conta digital), PicPay (pagamentos e carteira digital), Mercado Pago (pagamentos e carteira digital), PagSeguro (pagamentos e carteira digital), entre outras.

Cooperativas de crédito: são instituições financeiras formadas por associados que têm algum vínculo em comum, como profissão, localidade ou atividade econômica.

Elas oferecem os mesmos serviços dos bancos, mas com taxas de juros menores e participação nos resultados.

Além disso, elas têm um caráter social e cooperativo, contribuindo para o desenvolvimento local e regional.

Algumas das cooperativas de crédito mais conhecidas são: Sicoob (Sistema de Cooperativas de Crédito do Brasil), Sicredi (Sistema de Crédito Cooperativo), Unicred (Sistema Nacional de Cooperativas de Crédito), entre outras.

Corretoras de valores: são empresas que intermediam a compra e venda de ativos financeiros no mercado, como ações, fundos, títulos, entre outros.

Elas oferecem uma variedade maior de opções de investimento do que os bancos, com taxas menores e mais competitivas.

Além disso, elas permitem que você tenha acesso a produtos de diferentes emissores, aumentando a sua diversificação.

Algumas das corretoras de valores mais conhecidas são: XP Investimentos, BTG Pactual Digital, Easynvest, Rico, entre outras.

Plataformas de investimento social: são empresas que oferecem a possibilidade de investir em projetos que tenham um impacto positivo na sociedade e no meio ambiente, além de uma rentabilidade atrativa.

Elas podem ser uma forma de aliar o seu propósito com o seu patrimônio, gerando valor compartilhado.

Algumas das plataformas de investimento social mais conhecidas são: Sitawi Finanças do Bem (financiamento coletivo para organizações sociais), VOX Capital (fundo de investimento de impacto), Broota (equity crowdfunding para startups de impacto), entre outras.

Conclusão

Emprestar dinheiro para um banco pode parecer uma forma simples e segura de investir ou de conseguir crédito, mas na verdade pode ser uma armadilha para as suas finanças.

Como vimos neste artigo, existem diversos motivos para não emprestar dinheiro para um banco, como:

  • Você perde poder de compra
  • Você paga impostos e taxas
  • Você corre riscos
  • Você financia atividades nocivas
  • Você perde oportunidades
  • Você se endivida
  • Você perde autonomia

Por isso, é importante buscar alternativas mais rentáveis e sustentáveis no mercado financeiro, como as plataformas digitais, as cooperativas de crédito, as corretoras de valores e as plataformas de investimento social.

Esperamos que este artigo tenha sido útil para você e que você possa fazer escolhas mais inteligentes com o seu dinheiro.

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Até a próxima!

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Por Lazaro Silva

Especialista em Marketing Ditigal e Analista de Sistemas

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